DESCONTRAÇÃO
DOS MÚSCULOS (CAPITULO VI)
Neste capitulo identifica-se, pontos
principais do livro para o aprendizado do ator no que diz respeito à
descontração dos músculos. A rigidez muscular interfere com a experiência
emocional interior, enquanto se tem uma tensão física é impossível sequer
pensar em delicadas nuanças de sentimento ou na vida espiritual do papel.
Antes de o ator tentar criar
qualquer coisa, ele tem de pôr os músculos em condição adequada para que não
dificulte as ações. A pressão de um músculo, num só ponto, consegue
desequilibrar o organismo todo, tanto espiritual, como fisicamente.
Stanislavski ensina que o ator deve deixar a tensão aparecer, se não puder
evitar. Mas imediatamente, o ator deve deixar que o seu controle remova essa
tensão.
Nunca deve haver em cena uma pose sem
base. Se for necessário usar uma pose convencional é preciso dar-lhe
fundamento, para que possa servir a um propósito interior. O diretor ensina aos
alunos que em cena, em qualquer pose ou posição corporal há três momentos:
1-Tensão supérflua, que vem inevitavelmente, a cada nova pose adotada e com a
excitação de executa-la em público. 2-O relaxamento automático dessa tensão
supérflua, sob a ação do controlador. 3-A justificação da pose, quando por si
mesma ela não convence o ator.
Stanislavski mostra que um objetivo
vivo e uma ação real (pode ser imaginaria, desde que esteja baseada em
circunstancias dadas em que o ator possa crer) fazem, natural e inconsciente,
funcionar a natureza. Só a natureza pode controlar plenamente os músculos
distende-los adequadamente ou relaxa-los.
Quando se usa um grupo “isolado” de
músculos, sejam eles do ombro, braço, perna ou das costas, todas as partes do
corpo tem de permanecer livres e sem qualquer tensão. Para melhor explicar essa
questão dos músculos livres, Tortsov diz que ao erguer o braço com o auxilio
dos músculos do ombro e contraindo os que forem necessários ao movimento, deve
deixar-se o resto do braço, o cotovelo, o pulso e os dedos, todas essas juntas
completamente moles.
O ator como uma criancinha, tem de aprender
tudo desde o começo, a olhar, a andar, a falar etc. Tortsov afirma que todos os
atores sabem fazer essas coisas na vida cotidiana, mas, infelizmente a grande
maioria fazem mal. Um motivo é que qualquer defeito aparece muito mais
perceptível sob a plena luz da ribalta, outro motivo é que o palco exerce uma
influencia má no estado geral do ator.
Marla Gomes Licenciada em teatro pelo Instituto Federal do Ceará.